09/11/2010

BossaFilmes apresenta "Noel Rosa" HD 2010


Por ocasião do centenário de nascimento de Noel Rosa a BossaFilmes produziu o curta-metragem documental “Noel Rosa” em HD mesclando imagens de época, fotografias, depoimentos e animações.

As imagens mostram o Rio de Janeiro romântico na década de 30 do século passado, os elementos de uma modernidade recém conquistada, a brasilidade, a faculdade de medicina, o samba do morro descendo ao asfalto e as grandes paixões de Noel Rosa: a poesia, as mulheres da boemia e os automóveis.

“Noel Rosa” foi indicado como finalista para o 6° Prêmio BRAVO! Bradesco Prime, organizado pela revista BRAVO! e teve trechos exibidos na elegante Sala São Paulo, na cerimônia de entrega dos prêmios que teve Noel Rosa como homenageado em apresentações do ator Lázaro Ramos e da cantora Roberta Sá, entre outros.

“Uma aproximação entre o universo do compositor e o do cinema russo dos anos 20.” - Revista BRAVO!

com
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Noel Rosa
Aracy de Almeida
Almirante
Marília Batista
Adoniran Barbosa
Ismael Silva
Elizeth Cardoso
Braguinha
Pixinguinha
Francisco Alves
Carmen Miranda
e os artistas gráficos Lan e Paez Torrez

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Noel Rosa - BossaFilmes HD 2010
direção, edição, restauração de imagens & som, desenho de som por Thiago Mello
restauração de imagens e acervos Luiz Octavio Bueno,
Gabriel Gonzaga
supervisão de áudio
Caique Benigno
agradecimentos Luiz Octavio Bueno, Caique Benigno, Gabriel Gonzaga, Ângela de Almeida & Lira Neto

Noel Rosa da BossaFilmes na Sala São Paulo, outubro 2010, na entrega do Prêmio Bravo! Bradesco Prime dos melhores do ano.

30/03/2010

"A Bossa Brasileira de Heitor Villa-Lobos" [BRLP 004]

É com grande felicidade que trago aqui o álbum “A Bossa Brasileira de Heitor Villa-Lobos”, uma coleção de melodias selecionadas dentro da face, digamos, popular na vasta e pouco conhecida obra de nosso maestro-compositor mais genial. Longe de qualquer pretensão didática, produzimos uma coleção com algumas das nossas melodias favoritas do mestre, na intenção de captarmos um pouco a bossa da sua música. Como colcha de retalhos, há gravações de diferentes artistas registradas em diferentes épocas, selecionadas entre intérpretes que tiveram a trajetória musical de alguma forma ligada à música de Villa-Lobos.

Sob a pauta erudita estão canções populares brasileiras: valsas, canções folclóricas, choros, serestas, modinhas, cirandas, estudos, prelúdios e até uma adaptação de canção indígena. “A Bossa Brasileira de Heitor Villa-Lobos” traz um pouco do mundo genial de melodia, construção e forma que há na música do compositor. Uma música que ao mesmo tempo em que sinaliza ao futuro, com estruturas cíclicas, repetições e dissonâncias, parte de um sólido conhecimento de toda música do passado. Elementos que moldam uma música atemporal.

A coleção está dividida em duas partes, porém propomos uma audição integral dos volumes, a ordem das faixas percorre diversos caminhos indicados pelo mestre em cada composição, como viagem ao mundo dos sonhos. Onde sopranos do quilate de Lia Salgado, Bidú Sayão, Maria Lúcia Godoy e Cristina Maristany, se juntam a vozes populares como as de Inezita Barroso, Maria Bethânia, Cida Moreira, Monica Salmaso e Gisa Nogueira. E os pianos geniais de Alceu Bocchino, Arnaldo Estrela, José Echaniz, Miguel Proença, Homero de Magalhães, Murillo Santos, Antônio Guedes Barbosa e Sonia Maria Strutt, se juntam a perfeição dos violões de Turíbio Santos, Laurindo Almeida, Waltel Branco, Sebastião Tapajós, Antônio Carlos Barbosa Lima e Sérgio Assad.

Todas as faixas merecem audição atenta, mas vale destacar algumas melodias. Como a belíssima “Valsa da Dor”, interpretada por Arnaldo Estrela, de modulação ao mesmo tempo sofisticada e singela. Ou a adaptação da ciranda infantil “Que Lindos Olhos”, interpretada pelo pianista Homero de Magalhães, na qual Villa-Lobos imprime beleza na melodia em diversos fragmentos interligados.

Ary Barroso & Villa-Lobos em 1958.

A belíssima “Evocação” surge grande na voz de Lia Salgado, uma das mais completas intérpretes do Lied Brasileiro. Com ela há ainda uma fantástica adaptação da ciranda “Nesta Rua”, a divertida “Vida Formosa”, a densa “Inhapopê” e numa gravação rara, a minimalista “Canção do Marinheiro” com poema de Gil Vicente.

Nossa querida Lenita Bruno comparece perfeita no “Lundú da Marquesa de Santos” com orquestra sob direção do genial maestro Léo Peracchi. Já Maria Lúcia Godoy, uma das mais belas vozes que a música de Villa-Lobos já conheceu, canta a enigmática “Saudades da Minha Vida”, a bonita “Modinha” com poesia de Manuel Bandeira, “Realejo” e a “Canção da Folha Morta” com letra do poeta Olegário Mariano.

Bidú Sayão, considerada uma das mais completas cantoras líricas de todos os tempos, aparece em gravações onde a orquestra é regida pelo próprio maestro-compositor, a famosa “Ária” da “Bachiana Brasileira no. 5”, com letra de Ruth Valadares Correia, e a belíssima “Melodia Sentimental”, com poesia de Dora Vasconcelos - talvez a mais bela canção brasileira, que também aparece em outra belíssima gravação na voz e na interpretação de Maria Bethânia.


Bidú Sayão e Villa-Lobos em 1959.

A pianista Sonia Maria Strutt, sobrinha de Villa-Lobos, participa com muita competência em gravações datadas do final dos anos 50, como “Artimanhas” e a incrível “Nenê Vai Dormir” ambas da “Suíte Infantil no. 1” composta em 1912. E em “Manquinha” e “Acordei de Madrugada”, ambas do “Guia Prático” de 1932. Tanto nas adaptações quanto nas composições próprias, o ouvido atento perceberá traços de melodias de ninar tradicionais na musica, numa linguagem que se aproxima claramente da usada hoje nos samplers. Já o “Prelúdio no. 1” é interpretado com surpreendente sentimento pelo Antônio Carlos Barbosa e Lima, em gravação de 1959 quando o violonista tinha apenas 13 anos de idade.

“Viola Quebrada” composta sob poema de Mário de Andrade, aparece na voz de Cristina Maristany e no piano de Alceu Bocchino, responsáveis também pela interpretação da canção indígena “Hozani-na” e pelo belo “ponto de macumba” “Estrela É Lua Nova”. Já “Cantilena”, melodia tradicional “de pretos do recôncavo baiano” [como anotado no selo do disco original de 1955] adaptada por Villa-Lobos, é cantada com propriedade por Inezita Barroso.

A canção de ninar “Terezinha de Jesus” desconstruída por Villa, com o auxilio do piano de Homero de Magalhães, abre a segunda parte do álbum e é uma dos momentos mais incríveis da coleção. Outra peça belíssima para violão é o “Prelúdio no. 2” interpretado pelo grande Waltel Branco em uma gravação registrada em 1974. Seguida pelo registro de 1957 do violão de Laurindo Almeida com “Gavotta Choro”.
O famoso ”Trenzinho do Caipira” é totalmente recriado por Egberto Gismonti, em uma gravação radical, onde aparecem sons do sertão brasileiro modulados por sintetizadores.

O grande violonista Turíbio Santos comparece em “Prelúdio no. 5 em Ré Maior”, no “Estudo no. 1 em Mi Menor” e em uma gravação rara de 1960 ao lado de Oscar Caceres “A Lenda do Caboclo”. Há ainda os violões de Sérgio Assad e do mestre Sebastião Tapajós. Além da personalidade de Cida Moreira na recriação da densa “Canção do Amor” e a doçura de Monica Salmaso para “Cai a Tarde”, ambas sob poemas de Dora Vasconcelos.

Encerrando a coleção, Gisa Nogueira canta o samba “Quando Uma Estrela Sorri”, assinado por Villa-Lobos, pelo jornalista e compositor David Nasser e pelo grande sambista Donga. Samba criado nas ocasiões em que Villa ao lado dos bambas subia o morro para beber mais um pouquinho da fonte pura da bossa. Mas esta, já é outra história...

Feche os olhos e ouça.





“A Bossa Brasileira de Heitor Villa-Lobos” - primeira parte BRLP 004/A

“A Bossa Brasileira de Heitor Villa-Lobos” - segunda parte BRLP 004/B

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Primeira Parte

01 Arnaldo Estrela “Valsa da Dor” [Heitor Villa-Lobos] 1958
02 Sonia Maria Strutt “Artimanhas” [Heitor Villa-Lobos] 1959
03 Lia Salgado & Alceu Bocchino “Evocação” [Villa-Lobos, S. Salema] 1957
04 Lenita Bruno “Lundú da Marquesa de Santos” [Villa-Lobos, Viriato Correia] 1959
05 Turíbio Santos “Prelúdio no. 5 em Ré Maior” [Heitor Villa-Lobos] 1971
06 José Echaniz “Boneca de Pano” [Heitor Villa-Lobos] 1955
07 Sonia Maria Strutt “Nenê Vai Dormir” [Heitor Villa-Lobos] 1959
08 Maria Lúcia Godoy & Miguel Proença “Saudades da Minha Vida” [Villa-Lobos, Milano] 1983
09 Bidú Sayão, orquestra reg. Villa-Lobos “Melodia Sentimental” [Villa-Lobos, Dora Vasconcelos] 1959
10 Turíbio Santos “Estudo no. 1 em Mi Menor” [Heitor Villa-Lobos] 1963
11 Inezita Barroso “Cantilena” [adaptação Villa-Lobos, recolhido por Sodré Viana] 1955
12 Antônio Carlos Barbosa Lima “Prelúdio no. 1” [Heitor Villa-Lobos] 1959
13 Maria Lúcia Godoy “Modinha” [Villa-Lobos, Manuel Bandeira] 1977
14 Sebastião Tapajós “Cadência” [Heitor Villa-Lobos] 1968
15 Cristina Maristany & Alceu Bocchino “Viola Quebrada” [Villa-Lobos, Mário de Andrade] 1960
16 Lia Salgado & Murillo Santos “Nesta Rua” [adaptação Villa-Lobos] 1959
17 Maria Lúcia Godoy & Miguel Proença “Realejo” [Villa-Lobos, A. Moreira] 1983
18 Cida Moreira “Canção do Amor” [Villa-Lobos, Dora Vasconcelos] 2007
19 Homero de Magalhães “Que Lindos Olhos” [adaptação Villa-Lobos] 1960



Segunda Parte

01 Homero de Magalhães “Terezinha de Jesus” [adaptação Villa-Lobos] 1960
02 Lia Salgado & Alceu Bocchino “Vida Formosa” [ambientação Villa-Lobos] 1957
03 Maria Lúcia Godoy & Miguel Proença “Canção da Folha Morta” [Villa-Lobos, Olegário Mariano] 1983
04 Sonia Maria Strutt “Manquinha” [Heitor Villa-Lobos] 1959
05 Waltel Branco “Prelúdio no. 2” [Heitor Villa-Lobos] 1974
06 Laurindo Almeida “Gavotta Choro” [Heitor Villa-Lobos] 1957
07 Sérgio Assad “Mazurka Choro” [Heitor Villa-Lobos] 1978
08 Lia Salgado & Murillo Santos “Nhapopê” [adaptação Villa-Lobos] 1959
09 Cristina Maristany & Alceu Bocchino “Hozani-na” [adaptação Villa-Lobos] 1960
10 Egberto Gismonti “O Trenzinho do Caipira” [Heitor Villa-Lobos] 1987
11 Turíbio Santos & Oscar Caceres “Lenda do Caboclo” [Heitor Villa-Lobos] 1960
12 Sérgio Assad “Chorinho” [Heitor Villa-Lobos] 1978
13 Cristina Maristany & Alceu Bocchino “Estrela É Lua Nova” [adaptação Villa-Lobos] 1960
14 Homero de Magalhães “A Condessa” [adaptação Villa-Lobos] 1960
15 Sonia Maria Strutt “Acordei de Madrugada” [Heitor Villa-Lobos] 1959
16 Lia Salgado & Murillo Santos “Canção do Marinheiro” [Villa-Lobos, Gil Vicente] 1959
17 Antônio Guedes Barbosa “Prelúdio, Bachianas no. 4” [Heitor Villa-Lobos] 1986
18 Bidú Sayão, orquestra reg. Villa-Lobos “Ária, Bachianas no. 05” [Heitor Villa-Lobos, Correia] 1959
19 Maria Bethânia “Melodia Sentimental” [Villa-Lobos, Dora Vasconcelos] 2003
20 Monica Salmaso “Cai a Tarde” [Villa-Lobos, Dora Vasconcelos] 1999
21 Gisa Nogueira “Quando Uma Estrela Sorri” [Villa-Lobos, Donga, David Nasser] 1974


Este disco é um presente exclusivo
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e não pode ser comercializado.