Os músicos não são creditados, mas o instrumental é estupendo. Há um belo violão, diálogos entre vibrafones, clarinetas e flautas, e até mesmo solos de guitarra elétrica. A orquestra completam a massa sonora, com desenhos belíssimos, completando o efeito sublime das gravações.
“Olha-Me Bem Nos Olhos” abre lírica com a orquestra se desdobrando em coloridos inesperados, emoldurando a bela poesia de Aldemar Tavares: “...Mas quando eu repousar em cova rasa / E Deus, estrela ou flor, fizer de mim... / Estrela, eu fico sobre a tua casa / Flor humilde, abrirei no teu jardim...”
A deliciosa “De Papo Pro Á” foi gravada com pequeno conjunto, com percussão, baixos e sopros em primeiro plano, marcando a melodia famosa em arranjo belíssimo. Em “Taboada”, o clima volta a ser melancólico, novamente a orquestra completa é chamada em primeiro plano. Uma das mais lindas canções de Joubert de Carvalho é “Dor”, registrada aqui com grande delicadeza, em arranjo alternando entre o brejeiro e o barroco, com acordeons e os vibrafones passeando pelo ar e a melodia revelando o compositor também como grande poeta: “...diz alguém, que não tens morada / que andas aqui e acolá, qual paloma abandonada / onde moras, dor cruel pungente? / é na casa da saudade, onde vive tanta gente...”
“Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...” “Cantigas da Minha Terra” fecha o disco com Paulo Tapajós cantando em meio a flautas, solos de harpa e vozes femininas. “Minha terra tem cantigas nas ruas em profusão / Que o vento passando leva diretas pro coração...” É de se orgulhar de ser Brasileiro!
02 Hula [Joubert de Carvalho, Olegário Mariano] valsa
03 Nhá Maria [Joubert de Carvalho] tanguinho
04 Maringá [Joubert de Carvalho] canção
05 De Papo Pro Á [Joubert de Carvalho, Olegário Mariano] cateretê
06 Taboada [Joubert de Carvalho, Adelmar Tavares] canção
07 Dor [Joubert de Carvalho] canção
08 Cantigas de Minha Terra [Joubert de Carvalho] canção
Orquestra, Côro e Pequeno Conjunto regidos pelo Maestro Léo Peracchi