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22/12/2007

Natal no Brasil Volume 2 [BRLP 102]

Com o segundo volume da coletânea “Natal no Brasil”, o Bossa-Brasileira se despede das atividades neste ano de 2007. Desejamos a todos os amigos um Feliz Natal e um ano novo com muita paz, muito amor e muita música para todos nós.

O lado mais nostálgico e contemplativo do Natal Brasileiro aparece neste segundo volume. A favela, a solidão das cidades, o sertão, a infância... São faixas que resgatam a memória afetiva do Natal no Brasil, é o momento em que a festa cede espaço para a reflexão, reforçando o significado religioso da celebração universal que tomou moldes únicos na cultura brasileira. Estão presentes as vozes de Ângela Maria, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Dalva de Andrade, Paraguassú, Ivon Curi, João Dias, Gastão Formenti, Inezita Barroso; além das vozes de duos como Tonico e Tinoco, Alvarenga e Ranchinho, Laranjinha e Zequinha, Flauzinho e Florêncio, Duo Brasil Moreno, Irmãs Maria, mais os conjuntos do guitarrista Poly, do Maestro Radamés Gnattali e outros. Entre os compositores estão nomes como os de David Nasser, Francisco Alves, Lamartine Babo, Mário Albanese, Paraguassú entre muitos outros. É um convite a relembrarmos de uma época em que o Natal significava muito mais do que infelizmente significa hoje.

“Natal no Brasil” Volume 2 [BRLP 102]

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01 Ângela Maria “Outros Natais” [Cláudio Luiz] 1956
02 Francisco Alves “Cantiga de Natal do Brasil” [Násser, Martins, Francisco Alves] 1951
03 Paraguassú “Natal dos Caboclos” [Ariovaldo Pires, Paraguassú] 1938
04 Carlos Galhardo “Sonho de Natal” [Sanches de Andrade] 1941
05 Alvarenga & Ranchinho “Meu Presente” [Alvarenga e Ranchinho]
06 Flauzinho & Florêncio “Sinos de Natal” [Flauzinho, Florêncio] 1939
07 João Dias “Jingle Bells” [Pierpont versão Evaldo Rui] 1951
08 Orlando Silva “A Valsa do Natal” [Hilton Gomes, Sivan] 1953
09 Laranjinha & Zequinha “Natal no Sertão” [Reinaldo Santos, Vicente Lia] 1953
10 Irmãs Maria “Nosso Natal” [Irmãs Maria]
11 João Dias “Fim de Ano” [Francisco Alves, David Nasser] 1951
12 Dalva de Andrade “Alegre Natal” [Nina Sercil] 1959
13 Tonico & Tinoco “Papai Noel” [Tonico e Tinoco] 1956
14 Inezita Barroso “Entrai Pastorinhas” [loa pastoril do sec XVIII] 1959
15 Poly & Côro “Estrela do Menino Pobre” [Mário Albanese, Gioia Jr] 1961
16 Gastão Formenti “Sonhos de Natal” [Henrique Vogeler, J. Menra, Lamartine Babo] 1929
17 Ângela Maria “Não Chore Linda Criança” [Guido Medina, Harry Marques] 1954
18 Ivon Curi “Quando Chega o Natal” [Sereno] 1957
19 Poly & Côro “Natal dos Caboclos” [Ariovaldo Pires, Paraguassú] 1961
20 Duo Brasil MorenoNoite Feliz” [Franz Gruber, versão Mário Zan] 1956
21 Trio Madrigal, Trio Melodia & Conjunto Radamés Gnattali “Cantigas de Natal parte 1”

Feliz Natal!

21/12/2007

Natal no Brasil Volume 1 [BRLP 101]

O Bossa-Brasileira tem a felicidade de apresentar “Natal no Brasil”, uma coletânea em dois volumes apresentando a música brasileira do passado criada especialmente para a celebração do Natal. São 20 faixas neste primeiro volume com músicas registradas entre 1933 e 1956 por diversas casas gravadoras. O Brasil, nosso gigante tropical, não poderia apenas reeditar as canções natalinas em voga há muitos anos mundo afora. Criamos canções próprias, muitas vezes tão ou mais belas, e tão fortemente gravadas em nosso imaginário, quanto as “estrangeiras”. São as músicas do Natal Brasileiro que esta coletânea resgata. O Natal que era [e ainda é] celebrado nas casas simples dos recantos pacatos dos sertões, nas cidades sopradas pelo vento salgado que vem do nosso mar, nas vilas e moradias cravadas nas serras e no manto escuro das mata fechadas. O “Natal no Brasil” é cantado em verso e melodia por nossas maiores vozes do passado: as vozes de Francisco Alves, Aurora Miranda, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Leny Eversong, Ângela Maria e João Dias, Carmen Miranda, Dick Farney, Alvarenga e Ranchinho, Blackout, Neide Fraga e Zelinha do Amaral. Os cantores tem acompanhamento especial de maestros e conjuntos como os de Radamés Gnattali, Maestro Fon-Fon, Maestro Severino Filho, os conjuntos Diabos do Céu, Trio Madrigal, Trio Melodia, Aloysio e seu Conjunto e outros infelizmente não creditados. Entre os compositores estão nomes como Ary Barroso, Herivelto Martins, Hervé Cordovil, Lina Pesce e David Nasser.

“Natal no Brasil” - Volume 1 [BRLP 101]

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01 Conjunto Radamés Gnattali “Introdução: Cantigas de Natal parte 2” [introdução]
02 Carlos Galhardo & Diabos do Céu “Boas Festas” [Assis Valente] 1933
03 Aurora Miranda “Natal Divino” [Milton Amaral] 1935
04 Leny Eversong “Prece de Natal” [Saccomani, Tedesco, Melo] 1956
05 Neide Fraga “Quando Chega o Natal” [Sereno]
06 Zelinha do Amaral “Presente de Natal” [Alvarenga, Ranchinho] 1936
07 Francisco Alves “Meu Natal” [Ary Barroso, Francisco Alves] 1934
08 Aurora Miranda “Sinos de Natal” [André Filho] 1934
09 Carmen Miranda “Dia de Natal” [Hervé Cordovil] 1935
10 Francisco Alves & Côro “Natal” [Herivelton Martins, Rogério Nascimento] 1945
11 Elizeth Cardoso “Cantiga de Natal” [Lina Pesce] 1956
12 Dick Farney “Feliz Natal” [Armando Cavalcanti, Klécius Caldas] 1949
13 Ângela Maria & João Dias “Papai Noel Esqueceu” [David Nasser, Herivelto Martins] 1956
14 Francisco Alves “Sinos de Natal” [Victor Simon, Wilson Roberto] 1951
15 Blackout “Natal das Crianças” [Blackout] 1956
16 Alvarenga & Ranchinho “Noite de Natal” [Alvarenga, Newton Teixeira] 1941
17 Orlando Silva “Noite de Natal” [Maugéri Neto, Maugéri Sobrinho] 1952
18 Carlos Galhardo “Feliz Natal” [Ghiaroni, Peterpan] 1950
19 Dalva de Oliveira & Roberto Inglez “Noite de Natal” [Franz Gruber, versão Mário Rossi]
20 Trio Madrigal, Trio Melodia & Conjunto Radamés Gnattali “Cantigas de Natal parte 2”

Feliz Natal!

07/11/2007

"Os Duetos de Francisco Alves e Mário Reis" 1930 - 1932 Odeon [MODB 3075]


Já foi dito que o Brasil é um país de cantores. Olhando para trás, no caleidoscópio histórico dos grandes ídolos da voz, temos a confirmação. A introdução do rádio e sua grande influência na vida das pessoas tornaram possível o surgimento de fenômenos de popularidade em massa - alguns deles com a aura de “vozes de ouro” do rádio. Eram tempos em que a produção podia ser permeada pela qualidade artística do que se ouvida nos aparelhos. Nenhuma destas vozes porém teve o mesmo efeito no coração brasileiro como a voz , digamos, fenomenal de Francisco Alves. Ele foi o primeiro grande ídolo do rádio e do disco, esteve presente na formação do teatro e do cinema por aqui. Sem intenção, criou uma escola de influência direta em todo o desenvolvimento da música brasileira. Foi um artista de ouvido apurado, afinação e timbres perfeitos e de bom gosto impecável. Compositor importante, ao lado das boas histórias de que “inventava” parcerias, ou mesmo as comprava, há também provas que ele realmente chegou a alterar tempos, compassos e corrigir as composições de seu agrado sem pedir participação na edição. Há também histórias envolvendo sua relação por vezes autoritária com seus “colaboradores”, como os amigos e companheiros de boemia Noel Rosa e Ismael Silva. Menino pobre, Francisco Alves foi engraxate, cresceu trabalhando em uma fábrica de chapéus, convivendo com boêmios e sambistas. Não assinava contratos, preferindo empenhar a palavra, era admirado por todos os seus colegas de profissão e ganhou o apelido de “Chico Viola, o Rei da Voz”.

Mesmo tendo iniciado a trajetória artística um tanto depois, foi Mário Reis quem primeiro colocou a cadência necessária ao samba, mais tarde absorvida por Chico. No texto de contra capa deste disco, Lúcio Rangel afirma: “apesar de mais novo em idade e em arte, foi Mário Reis quem exerceu influencia sobre a maneira de cantar de seu companheiro mais velho, como aliás, sobre todos os cantores da época, que moderaram os seus impulsos para o bel canto e passaram a pronunciar as palavras, interpretando dentro do ritmo exigido.” Levado pelo compositor Sinhô aos estúdios, Mário Reis teve também grande sucesso e deixou gravações históricas.

A gravadora Odeon valendo-se da amizade entre seus maiores cantores, lançou uma série de discos em 78 rotações com eles cantando em dueto. Era o início dos anos 30 e o resultado foi pouco mais de 11 discos antológicos. Além das duas vozes distintas que interagem entre si criando efeitos inesperados, a música que as acompanha não é menos sublime. Segundo Lúcio Rangel, os conjuntos “eram todos eles constituídos pelos mesmos músicos, alguns dos melhores da época: o pistonista Djalma, o trombonista Ismerino Cardoso, o pianista Romualdo Peixoto [Nonô], o baterista Walfrido Silva, o violonista Arthur Nascimento [Tute] e Luperce Miranda, mestre do cavaquinho e do bandolin. Outros instrumentistas estão presentes mas os que enumeramos eram constantes em todos os conjuntos que acompanhavam a dupla. O discófilo de ouvido apurado poderá reconhecer no côro, em diversos números, as vozes de Noel Rosa, Ismael Silva e Nilton Bastos.” Incrível... Logo após as primeiras gravações da dupla, um conjunto chamado “Ases do Samba” foi criado pelos dois cantores mais Lamartine Babo. Com este grupo, sem Lamartine, porém com Nonô, Noel Rosa e o bandolinista Peri Cunha, partiram em Março de 32 para uma excursão ao sul do país, se apresentando com grande êxito em Curitiba, Porto Alegre, e até mesmo em Florianópolis.

Este disco de 10 polegadas, lançado em 1955, reúne algumas destas gravações. Sambas e marchas eternos como “Formosa” de Nássara e J. Ruy, “Se Você Jurar” de Francisco Alves, Ismael Silva e Nilton Bastos e “Fita Amarela” de Noel Rosa. Sambas que foram famosos na época, como “Estamos Esperando” de Noel Rosa, “Mas Como... Outra Vez?” de Noel em parceria com Francisco Alves, num belo arranjo que começa como marcha e termina como um fox irado; e minha favorita “Tudo Que Você Diz” uma bela e moderna melodia de Noel Rosa, ainda mais realçada pelas vozes de Mário Reis e Francisco Alves. Há ainda “Marchinha do Amor” de Lamartine Babo e mais dois sambas do trio Francisco Alves, Ismael Silva e Nilton Bastos: “Não Há” e “Arrependido”. É uma grande alegria disponibilizarmos este disco, como escreveu Lúcio Rangel: Francisco Alves e Mário Reis, a maior dupla de cantores da nossa música popular, anos depois de gravarem seus históricos discos, continuam a despertar a mesma emoção, a mesma alegria, tal encanto de suas interpretações, tal beleza que sabiam imprimir aos números que, em boa hora, registraram para a posteridade.”

Os Duetos de Francisco Alves e Mário Reis
1955 Odeon [MODB 3075]

01 Marchinha do Amor [Lamartine Babo] marcha 1931
02 Fita Amarela [Noel Rosa] samba 1932
03 Formosa [Nássara, J. Ruy] marcha 1932
04 Se Você Jurar [Francisco Alves, Ismael Silva, Nilton Bastos] samba 1930
05 Mas Como... Outra Vez? [Francisco Alves, Noel Rosa] marcha 1932
06 Arrependido [Francisco Alves, Ismael Silva, Nilton Bastos] samba 1931
07 Estamos Esperando [Noel Rosa] samba 1932
08 Tudo Que Você Diz [Noel Rosa] samba 1932
09 Não Há [Francisco Alves, Ismael Silva, Nilton Bastos] samba 1930